Meta Imagem Urbana

As cidades são fundamentais para a experiência humana. A maneira como elas se desenvolveram ao longo do tempo refletem, em maior ou menor grau, as tecnologias empregadas em sua construção. Parece nos claro que a cidade, seus espaços, práticas de uso, e diversos outros aspectos que constituem nossa experiência urbana, é reconfigurada a cada nova tecnologia que utilizamos. Se antes as tecnologias urbanas se caracterizavam por sua manifestação concreta — estradas, pontes, prédio públicos, etc — atualmente a imaterialidade dos processos computacionais são a marca das assim chamadas “cidades inteligentes”.

Defendida em 2020, a tese “Meta Imagem Urbana” (MIU), propõe um método de reflexão poético-crítica sobre a dinâmica entre dados e o espaço urbano. Motivada por uma compreensão ampla sobre a relação entre tecnologias digitais e cidade, partimos do seguinte problema de pesquisa: de que maneira o uso de dados e sistemas computacionais utilizados na operação e no controle das cidades modifica nossa experiência urbana?

Nossa hipótese considera que, apesar dos dados serem sempre parciais e dependentes de sistemas interpretativos, seu uso pelos sistemas computacionais responsáveis pelo controle e operação das cidades é sustentado por discursos de objetividade e precisão muitas vezes incompatíveis com a complexidade constitutiva do fenômeno urbano. As MIU ajudam a revelar aspectos dessas contradições ao transformar a invisibilidade do fluxo de dados em imagens dinâmicas.